bcome 26 de agosto de 2022

TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O DIA DA IGUALDADE FEMININA

Que o Brasil é um país desigual, todo mundo sabe, certo?

Mas você já parou para pensar quais são os tipos de desigualdades presentes em nossa sociedade? E ainda, como esses diferentes tipos de desigualdades afetam grupos específicos?

Segundo o World Inequality Report 2022, o Brasil é o segundo país mais desigual da América Latina depois do Chile, onde os 10% mais ricos detêm 58,9% da renda total. O relatório mostra ainda que no Brasil, a parcela 1% mais rica é dona de cerca de metade (50%) da riqueza nacional. A metade mais pobre detém menos de 1% da riqueza nacional – muito abaixo de vizinhos como a Argentina, onde os 50% mais pobres possuem 6% da riqueza nacional.

Mas muito além da desigualdade econômica, relativa à distribuição de renda e normalmente a mais facilmente associada quando falamos sobre esse tipo de assunto, existem outros recortes desse conceito capazes de responder às barreiras no acesso às oportunidades.

  • Desigualdade entre grupos étnicos e raciais: É a diferença de acesso a oportunidades e condições de vida que ocorre em função da etnia de uma pessoa. Negros, asiáticos e indígenas são exemplos de grupos que enfrentam desafios decorrentes de processos históricos de segregação.
  • Desigualdade regional: São processos de preconceito e opressão fundamentados na diversidade histórica, social e cultural entre Regiões, Cidades e Estados.
  • Desigualdade de gênero: Baseada em processos culturais e históricos onde se atribuía ao homem e à mulher diferentes papéis sociais, responsável por gerar, para a mulher, barreiras de acesso a espaços de poder no âmbito político, econômico e cultural.

Nesse contexto, diferentes grupos de pessoas acabam submetidas a diferentes processos de opressão, mas estes foram apenas exemplos ilustrativos. Infelizmente, também poderíamos falar sobre capacitismo, LGBTQfobia, etarismo, sobre preconceito linguístico, contra pessoas neurodiversas, etc.

Hoje é celebrado o Dia Internacional da Igualdade Feminina então, neste artigo, vamos focar na desigualdade de gênero.

Apesar de ser uma situação social complexa, vamos tentar levantar informações importantes e necessárias sobre esse dia e luta. Confira!

A DESIGUALDADE NO BRASIL

No dia 26 de agosto, é comemorado o Dia Internacional da Desigualdade Feminina. O Congresso dos Estados Unidos estipulou essa data em homenagem à aprovação da 19º emenda que concebeu o direito ao voto às mulheres brancas em 1920. O voto feminino negro foi de fato validado apenas em 1964, com a Lei de Direitos Civis.

Já no Brasil, este direito começou a ser discutido no ano de 1934 e se tornou obrigatório em 1946. Porém, é evidente que a luta pela equidade vai muito além do acesso ao voto e há ainda um longo caminho a ser percorrido.

Agora que você está começando a entender um pouquinho sobre a importância dessa data e luta, em quanto tempo você acha que iremos alcançar a igualdade no mercado de trabalho?

Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial, 257 ANOS. Sim, você leu certo!
Tempo o suficiente de 8 gerações da sua família serem formadas e elas também terem tempo de experienciar a desigualdade em suas vidas.

Apesar da diferença ser menor do que era há quinze anos, a desigualdade subiu em 2019 chegando a 257 anos, contra os 202 do ano anterior, com uma diferença salarial global de 40%.

Mas atenção… esse relatório também traz outros dados importantes! O estudo, realizado em 153 países, aponta que a paridade entre homens e mulheres nas áreas de saúde, educação, trabalho e política, levará 99,5 ANOS para alcançar uma paridade média global, em comparação com 108 do ano passado. Uma vida, né?

Mas esses números não representam a realidade de todos os países. A Islândia, por exemplo, é o país mais igualitário e estamos falando aqui sobre nível mundial, hein?! Os países nórdicos continuam a dar o exemplo em termos de igualdade. A Noruega, Finlândia e Suécia também são países que se destacam.

Continue a leitura e veja como todos nós podemos ajudar a construir um país mais igualitário.

A DESIGUALDADE DE GÊNERO É UMA LUTA DE TODOS?

E como podemos melhorar esse cenário? Através de parcerias e da união dos diferentes setores da sociedade.

A desigualdade, por ser um problema complexo e estrutural, não possui uma solução simples que consiga responder à dimensão do problema. Por isso, o melhor caminho a ser seguido é o das parcerias. A mobilização entre governo, empresas e sociedade civil, unidos em prol da equidade de gênero.

As empresas podem e devem fazer a sua parte adotando e disseminando ações que contribuam para a igualdade de gênero. A primeira, é garantir a paridade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função, mas também oportunizar a ascensão das mulheres a cargos de liderança. Outra atitude importante é inserir nos valores das organizações a igualdade de gênero, assim é mais fácil engajar todos os colaboradores em prol da causa.

A discriminação de gênero costuma estar presente já no processo seletivo. Alguns recrutadores não consideram mulheres para determinadas funções que exigem mais racionalidade e pensamento analítico, por exemplo. Sem falar na discriminação de mães com filhos pequenos, mulheres que pretendem engravidar e mulheres mais velhas. Mudar essa visão é essencial para garantir a igualdade nos postos de trabalho.

Outro fator que auxilia a equidade de gênero nas empresas é o empoderamento feminino. Em parceria, a ONU Mulheres e o Pacto Global propõem os Princípios de Empoderamento das Mulheres. Essas Entidades asseguram que: empoderar as mulheres para que participem integralmente de todos os setores da economia e em todos os níveis de atividade econômica é essencial para:

  • Construir economias fortes;
  • Estabelecer sociedades mais estáveis e justas;
  • Atingir os objetivos de desenvolvimento, sustentabilidade e direitos humanos internacionalmente reconhecidos;
  • Melhorar a qualidade de vida para as mulheres, homens, famílias e comunidades;
  • Impulsionar as operações e as metas dos negócios.

Grandes marcas já estão aderindo práticas de empoderamento das mulheres, como a Rede Globo, Unilever, Avon, Boticário, UBER, entre outras.

Empresas que trabalham a igualdade de gênero são capazes de criar e proporcionar um ambiente de diversidade, criatividade e inovação.

Você sabia que organizações que apostam em diversidade desempenham 25% melhor? (fonte: Catalyst)

E tem 21% mais chance de aumentarem seus lucros?(fonte: McKinsey)

Aqui no BCOME, temos o objetivo de promover oportunidades profissionais e capacitações às mulheres da economia criativa e, dessa forma, fazer com que elas se sintam representadas e capazes de ocuparem o seu espaço na sociedade.

PARCERIAS EM PROL DE EQUIDADE

E já que a união é o caminho, que tal você se juntar ao FREELAS na luta pela equidade de gênero?

O FREELAS lançou essa semana o Desafio Parcerias pela Equidade, uma campanha especial que tem como foco chamar atenção para a desigualdade de gênero no mercado de trabalho.

[Se você não sabe do que estamos falando, corre no nosso Linkedin e Instagram para ficar por dentro de tudo!]

Convidamos 53 empresas que firmaram algum tipo de compromisso com a equidade de gênero a participarem do desafio com o objetivo de unir forças para que possamos transformar essa realidade.

Nosso objetivo é ajudar as empresas a alcançarem suas metas de diversidade e inclusão e estimular outras organizações a se juntarem a nós nessa luta.

Se 79,5% das empresas convocadas toparem o desafio, em 1 ano, conseguiremos impactar mais de 10 mil mulheres e gerar mais de 20 milhões em renda para elas. Incrível, né?

Mas não queremos parar por aí! Por isso, convidamos você a fazer parte deste movimento!

Traga sua empresa para participar também dessa iniciativa, compartilhe esse desafio nas suas redes e vamos juntas!

Quanto mais pessoas alcançarmos, mais perto estaremos de gerar transformações reais na vida das mulheres brasileiras.

Junte-se ao FREELAS #desafioparceriaspelaequidade

Achou o assunto interessante? Leia mais!

Maria Mariana Maria Mariana é coordenadora de Comunicação e Marketing do BCOME e mestre em política social pela Universidade de Lisboa. É comunicóloga, publicitária e pesquisadora de Responsabilidade Social Corporativa e Desenvolvimento Sustentável.
Caroline Lira Caroline Lira é estagiária de Comunicação no BCOME e graduanda em Publicidade e Propganda no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP).

Últimos posts

Ver todos

Gostou das dicas? Deixe seu comentário.

0 comentários.